sábado, 2 de fevereiro de 2013

Tempos eternos.

Praca Pio X, 1954.

No início da era industrial quando as pessoas perceberam que a máquina tornara-se mais importante que os homens houve um movimento que lutou contra isso. Dizia uma canção ludista:

Brave ludits we are, for the breaking we come!
God save Ned Lud!
Machines to hell, we want our dignity!
Breaking is good, join us and save Europe!
Break! Break! Break or die working!
Monsters of industrialism, we want you broken!
Machines to the ground!
Crash! Crash! Bang! Bang! The sound of freedom these are!
Break one, break two, break three, break all! All!


Tempos modernos.

A era da informação suplantou à da indústria, porém a máquina ainda está em primeiro plano quando fala o poder econômico. Os grandes centros urbanos não comportam tantos carros na rua sem prejuízo da qualidade de vida e mesmo assim prevalecem as políticas que priorizam redução de IPI para compra de carros novos; ruas da cidade são ampliadas e calçadas reduzidas para favorecer a “máquina” em detrimento dos que fazem do caminhar seu meio de transporte; e alvarás para novos táxis são barganha política em véspera de eleições.


Fila no transporte, Rio de Janeiro.

O transporte publico é um caos, as pessoas andam espremidas nos coletivos, certos locais sequer possui oferta mínima de transporte e o chamado alternativo é caso de policia; a Agência reguladora é uma instância dolosamente política, e a ação dos advogados que defendem toda esta baderna é questionável porquanto existe parentesco com o administrador. As leis de trânsito também não favorecem, prestam mais para punir o trabalhador que com muito custo adquiriu um automóvel do que para reprimir farras automobilísticas de playboys, jogadores de futebol entre outros mauricinhos. 

Transito no Rio de Janeiro.


Sancionado sem vetos pela presidência da republica o projeto de lei que alterou o Código de Transito Brasileiro é exemplo de como pequena parcela da população do país transgride o principio constitucional da isonomia. Aumentar a multa de R$ 957,70 para R$ 1.915,40 só pune a fração menos privilegiada, pois o valor atual ainda é gorjeta para alguns e meses de salário para outros. Assim, verifica-se que quando não é a máquina são seus grandes donos os beneficiados, pois se o objetivo fosse humano as multas deveriam ser calculadas, por exemplo, com base no imposto de renda.

Publicado originalmente no Facebook, grupo Rio Antigo, em 08/01/2013.

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